

O que é o transtorno dissociativo de identidade (TDI)?
Entende-se por identidade o conjunto de características que identificam uma pessoa, fazendo-a reconhecer-se como um indivíduo único. Portanto, cada um tem a sua. O TDI, no entanto, se dá quando existem duas ou mais identidades em uma mesma pessoa capazes de assumir o seu comportamento.
“O TDI, anteriormente conhecido como transtorno de personalidade múltipla, é um transtorno dissociativo complexo, muito raro e acontece quando a pessoa tem a vivência de várias personalidades com comportamentos e ações que se manifestam de maneiras diferentes. É como se, em uma pessoa, habitassem várias outras identidades”, explica a dra. Jéssica Martani, médica psiquiatra em São Paulo.
Em cada um dos estados de personalidade, apresentam-se diferentes versões ou modos de ser. Na prática, elas podem pensar, sentir e agir de maneiras completamente distintas — muitas vezes, sem saber da existência umas das outras.
Como o TDI se manifesta?
“A doença tem como característica uma dissociação em que ocorre a manifestação e a alternância de diversas identidades. Quando isso acontece, há lapsos de memória frente às ações realizadas pela identidade manifestada”, diz a psiquiatra.
Ou seja, a pessoa pode mudar entre as diferentes personalidades como resposta a gatilhos específicos ou de forma espontânea. Isso acontece sem que a pessoa perceba ou até mesmo sem que se lembre do que aconteceu enquanto a outra estava ativa. De acordo com a dra. Jéssica, não é incomum a pessoa com TDI se sentir perdida e ter diversos sofrimentos por conta desses “buracos” na memória.
A amnésia também se estende a outros momentos: a pessoa pode não se lembrar de eventos passados, como períodos da infância ou da adolescência. Ela também pode esquecer-se de atividades rotineiras, como dirigir ou mexer no computador. É comum que, após a troca de identidades, o paciente com TDI encontre objetos que não reconhece ou esteja em um lugar diferente de onde se recorda ter estado por último.
A alternância entre as identidades pode acontecer de duas formas:
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Possessiva: nesse tipo, é como se agentes externos estivessem assumindo o controle da pessoa, quase como uma “possessão”. Sendo assim, quem está ao seu redor consegue perceber nitidamente as diferenças entre as identidades, já que o paciente age de maneira diferente.
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Não possessiva: já nesse tipo, é como se a pessoa se desconectasse de si mesma e estivesse observando de fora. Ela pensa, sente e age de maneiras que não consegue controlar e parece que o próprio corpo não lhe pertence. As identidades podem se conhecer entre si ou não ter consciência umas das outras. Nesse formato, as mudanças são mais sutis, nem sempre perceptíveis a terceiros.
Sendo assim, outros sintomas que costumam fazer parte do quadro são:
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Relatos de que está ouvindo vozes;
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Dores de cabeça intensas;
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Sentimentos depressivos;
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Ansiedade;
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Comportamento suicida;
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Disfunção sexual;
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Alucinações;
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Etc.
Para mais informações, acesse o site: https://drauziovarella.uol.com.br/psiquiatria/o-que-e-o-transtorno-dissociativo-de-identidade-tdi/